24 de julho de 2008
Governo rechaça rumores de que poderia usar Cuba para posicionar bombardeiros como na Guerra Fria
MOSCOU - O governo russo afirmou nesta quinta-feira, 24, que não tem planos de abrir nenhum base militar no estrangeiro e negou a possibilidade de posicionar bombardeiros em Cuba, como afirmou no início desta semana um jornal do país.
O jornal russo Izvestia disse que a Rússia poderia levar para Cuba seus bombardeiros supersônicos Tu-160 (os "Cisnes Brancos", com capacidade para transportar ogivas nucleares), em reação à eventual instalação de um escudo antimísseis dos EUA no Leste Europeu.
"A Rússia, guiada por políticas pacíficas, não está construindo bases militares em suas fronteiras e outros países", afirmaram as agências de notícias russas citando Ilshat Baichurin, chefe do Departamento de Informação do Ministério de Defesa russo.
A reportagem relembra a crise do mísseis de Cuba em 1962, que quase desencadeou um conflito nuclear entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética. Segundo a BBC, o incidente teve início quando aviões de espionagem americanos descobriram bases de mísseis soviéticos em Cuba, a pouca distância dos Estados Unidos. A decisão do governo soviético de enviar os mísseis a Cuba foi, na época, vista como uma resposta à expansão dos mísseis americanos na Europa.
Na terça-feira. o brigadeiro americano Norton Schwartz disse ao Senado dos EUA que a hipótese de reabastecimento dos bombardeiros russos em Cuba "indica que é algo que cruza um limite, cruza uma linha vermelha para os Estados Unidos da América".
O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou em artigo, na quarta-feira, que Cuba não precisaria se explicar pelos rumores do uso da ilha comunista como base de reabastecimento dos aviões militares "Raúl (Castro, atual presidente e irmão de Fidel) fez muito bem em manter um silêncio digno", escreveu Fidel, de 81 anos, que costuma publicar textos opinativos desde que deixou o poder, por motivos de saúde.
http://www.estadao.com.br/internacional/not_int211275,0.htm
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