sexta-feira, 18 de julho de 2008

Rússia volta a espionar como no tempo da Guerra Fria, dizem EUA

29/03/2007

WASHINGTON (Reuters) - Os esforços feitos pela Rússia para obter informações secretas sobre questões políticas e militares dos Estados Unidos atingiram níveis nunca vistos após o final da Guerra Fria, afirmou na quinta-feira a maior autoridade norte-americana de contra-espionagem.

Joel Brenner, executivo nacional de contra-espionagem do atual governo dos EUA, disse que a intensificação das ações russas visava antes obter informações sobre "o alto escalão do governo norte-americano" do que roubar segredos tecnológicos.

"Os russos estão de volta aos níveis da Guerra Fria em seus esforços de ação contra os EUA", afirmou, em um discurso proferido na Associação dos Advogados dos EUA.

Brenner, cuja missão é supervisionar a estratégia e a política de contra-espionagem para o chefe da área de inteligência do país, Mike McConnell, não forneceu detalhes sobre as supostas atividades russas em solo norte-americano. As operações de contra-espionagem costumam ser secretas.

Mas afirmou que a Rússia parecia menos interessada nas tecnologias comercial e militar dos EUA do que outros países, entre os quais a China, que autoridades norte-americanas descrevem como a maior ameaça para os EUA na área de espionagem.

As declarações de Brenner aparecem no momento em que autoridades russas, entre as quais o presidente Vladimir Putin, adotam uma postura mais abertamente combativa em relação às políticas norte-americanas, o que inclui os planos dos EUA de montar um sistema de defesa antimíssil no Leste Europeu.

Em um discurso proferido em fevereiro, Putin, que foi membro da KGB, acusou os EUA de tentar dominar o mundo.

Autoridades norte-americanas e analistas independentes descrevem a Rússia como um país determinado a readquirir o status de superpotência de que gozou durante a Guerra Fria, tentando fazer isso por meio de suas reservas de petróleo e da remontagem de seus aparatos militar e de inteligência.

No mês passado, McConnell alertou o Senado norte-americano sobre o fato de a Rússia estar supostamente retrocedendo em termos democráticos e que poderia realizar uma sucessão controlada ao final do mandato de Putin. O governo russo respondeu classificando essas declarações como "teorias datadas".

O governo norte-americano enfrentou vários casos embaraçosos de vazamento de informações devido à ação de agentes russos e soviéticos, entre os quais Aldrich Ames, ex-agente da CIA, e Robert Hansen, ex-agente do FBI.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/03/29/ult729u66097.jhtm

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