terça-feira, 22 de julho de 2008

André Petry - o colunista idiota


Noão gosto dos artigos do Sr. André Petry, colunista da Revista Veja. Eu não me preocuparia com ele, se fosse apenas mais uma criatura insignificante que escrevesse impropérios no anonimato. O problema mesmo é ele escrever em uma revista de grande circulação, influenciando pessoas com idéias estultas. Uma particularidade de seu discurso é sempre encontrar pretextos para atacar a Igreja Católica, em particular, e a religião cristã, em geral. De fato, o dogma do jornalista é o velho pseudo-iluminismo vulgar, com pitadas de pregações supostamente “libertárias” a favor do aborto, da eutanásia e mesmo a apologia gay. Impressiona-me o ar de superioridade do sujeito, já que seus valores, antes de refletirem algum bem genuíno, são puras perversões de uma mentalidade tacanha, visivelmente autoritária e moralmente deformada.

Primeiramente, analisamos a sua campanha pró-eutanásia. Petry faz parte daqueles tipos energúmenos que pregam o direito do enfermo de morrer com “dignidade”. Ele defendera a exigência de um pai em desligar os aparelhos do filho em estado vegetativo, que entrou na justiça brasileira, para que tal ato fosse cumprido. Todavia, os argumentos do jornalista são falaciosos e desonestos. Primeiro, porque oculta as questões dramáticas e implicações morais da eutanásia que ocorre na Europa, em específico, na Holanda, onde a prática é permitida. E segundo, antes de o discurso ser pretensamente humanitário, camufla a intenção perniciosa, maligna e cruel de matar pessoas pelo fato de elas serem consideradas inválidas. André Petry falsifica a perspectiva da realidade, ao dar um sentido de dignidade ao suicídio ou mesmo o assassinato de pessoas consideradas inúteis.

O modelo holandês de eutanásia, tão alardeado como exemplo pelos seus defensores, é responsável por uma fuga em massa de velhinhos, temerosos de serem mortos pelas próprias famílias. Descobriu-se que naquele país, 40% dos casos de idosos sacrificados não partiram do consentimento das vítimas, e sim de seus parentes. Na verdade, a defesa da eutanásia é pura eugenia, disfarçada de discurso humanitário. Os incapazes devem ser eliminados, pela perspectiva de não serem “perfeitos” ou “felizes”. A presunção não se limita aí. Os apologistas da eutanásia querem eliminar até os pacientes em estado de coma, como se eles pudessem prever ou determinar o futuro das pessoas. É como se a morte fosse o único destino para elas.

Os cristãos, tão ridicularizados pelo Sr. Petry, apenas defendem a dignidade essencial da vida e o autêntico humanitarismo em defesa dos fracos, dos enfermos e dos doentes. Essa humanidade implica deveres e responsabilidades de proteger os fracos. E concomitante a isso, não cabe a nós decidir o destino deles. André Petry mandaria ou aprovaria matá-los.

Se o Sr. Petry defenestra os doentes, tampouco preserva os nascituros. Tal como os enfermos em estado terminal ou mesmo vegetativo, ele nega a humanidade intrínseca do embrião. A ladainha de defesa sobre o aborto é impessoal, como é impessoal sua visão sobre os doentes terminais, como se embriões e doentes não fossem humanos. A semelhança da ótica é visível, modificando apenas o estágio da existência: Petry não poupa os homens da morte, nem no inicio, como no fim da vida. Se os fetos ou embriões podem ser rejeitados pelos pais, mal amados, defeituosos, imperfeitos, tanto melhor eliminá-los, tal como é conveniente eliminar os velhinhos portadores de mal de Alzheimer ou vegetativos. Tudo é mera questão de economia. A legalização da eutanásia e do aborto é simplesmente dar o direito a qualquer pessoa de matar os fracos, colocando-os à margem da proteção da lei. É isentar as pessoas sãs dos deveres morais pelos indefesos. Em outras palavras, é criar uma inversão da moralidade, visando destruir o amor cristão essencial em defesa deles. Daí a exigência absurda de um pai saturado em acompanhar um filho em estado vegetativo. Como ocorrera exatamente o caso de Terry Schiavo, a americana enferma que foi morta por uma medida judicial peticionada pelo seu marido, cansado da esposa inútil. Como são os casos dos velhinhos holandeses, que precisam fugir para a Alemanha, sob pena de serem eliminados pelos próprios filhos, com o apoio do Estado.

É por isso que gente como Petry odeia o cristianismo. Odeia a responsabilidade individual que essa fé exige. Mas o jornalista tem, na ponta da língua, um discurso para calar a boca dos religiosos: a sua devoção civil pelo Estado laico. Percebam a ironia. O filósofo Benjamin Constant, em seu tratado de política, foi muito feliz quando falou de um novo fenômeno político, cujo pai é Rousseau: a religião civil. O iluminismo substituiu a intolerância religiosa pela intolerância civil. Nas palavras do próprio Rousseau, a religião seria substituída pela devoção cívica pelo Estado. E não é por acaso que Contrato Social é o modelo perfeito de toda sorte de totalitarismos. O “Estado laico”, no seu ódio anti-religioso, é uma nova forma distorcida de religião. André Petry deve ser adepto desse credo terreno. O Estado laico, na visão dele, é a exclusão pública do religioso e a cidadania plena do ateu.

O ódio anticristão do jornalista chega a ser patético. Um ateu como ele é capaz de aderir até a defesa das práticas tribais africanas da macumba para criticar a religiosidade católica. Ou mais, ele ataca os evangélicos, por causa da lei “anti-homofobia”, excrescência típica da revolução cultural esquerdista, que deseja criminalizar, por decreto, toda e qualquer rejeição ao homossexualismo. André Petry nos fala da “tolerância”, ainda que seja por decreto, sentimento que, supostamente, os cristãos não possuem. Entretanto, a grande maioria da sociedade será obrigada a sacralizar, por lei, uma conduta que rejeita social e moralmente. Qualquer ojeriza a esse tipo de comportamento poderá processar homens e mulheres de bem. Ou melhor, tornará a maioria da sociedade potencialmente criminosa, uma vez que, de antemão, impõe uma aceitação forçada de um comportamento sexual que viola princípios morais elementares compactuados pelas pessoas. Neste ponto, André Petry relativiza os efeitos dessa lei totalitária. Diz aos seus leitores que nada ocorrerá. Ele esconde as ações da militância homossexual na Europa e nos Eua, no sentido de perseguir, censurar ou mesmo prender pastores, padres e rabinos acusados de práticas e manifestações “homofóbicas”. Ou pior: os religiosos serão obrigados a trair suas consciências e sua moral, pela legalidade pró-homossexual. As igrejas e outras agremiações religiosas não poderão distinguir as condutas homossexuais, seja no seu clero ou mesmo no seu meio. A expulsão de um padre, um pastor ou um rabino gay em uma comunidade pode acarretar ônus processuais às instituições religiosas. André Petry nem mesmo esconde as pretensões odiosas contra a religião. Ele acha que uma lei deve prender alguém que fale, publicamente, que a homossexualidade é uma doença ou aberração moral. Em outras palavras, ele quer calar a boca dos religiosos na marra.

Interessante notar que indivíduos como ele critiquem as igrejas por desejarem impor valores religiosos à revelia do Estado e da sociedade, como se os cristãos sonhassem com uma espécie de Estado teocrático. Entretanto, quem quer impor valores à sociedade é o próprio jornalista, junto com sua corja de militantes abortistas, eugenistas e homossexuais. A grande maioria dos cristãos apenas defende a garantia mínima aos valores fundamentais arraigados na sociedade civil criados pelo cristianismo, ou seja, a reverência por Deus, o respeito à vida, à família, à propriedade, entre outros. E essa grande maioria não somente deplora qualquer tipo de imposição religiosa, como quer preservar a liberdade de culto, no sentido de cada um buscar o que melhor convém à sua consciência, dentro de uma vocação cristã voluntária. Os cristãos, em geral, querem preservar o Estado laico, mas rejeitam o Estado ateu. O fanático, perigoso, totalitário na essência, é o Sr. André Petry, devoto da idolatria estatal laica, que não passa de um Estado ateu auto-divinizado.

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