Recordando: Rússia - ONGs são operações de inteligência

(18.05.05) - Organizações não-governamentais (ONGs) dos EUA, Reino Unido e outros países estão proporcionando uma cobertura para atividades de inteligência na Federação Russa, além de promover revoluções políticas na Bielo-Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas. A denúncia, feita no Parlamento russo, foi do diretor do Serviço de Segurança Federal (FSB), Nikolai Patrushev. Segundo ele, os serviços de inteligência estrangeiros utilizam as ONGs para a coleta de informações e a promoção dos interesses de seus países. Nominalmente citadas foram o Peace Corps e o Instituto Republicano Internacional (IRI) estadunidenses, a Sociedade de Reformas Sociais do Kuwait (baseada em Londres) e a Sociedade do Crescente Vermelho saudita.

Segundo Patrushev, o FSB detectou um plano de "mudança de regime" para a Bielo-Rússia, envolvendo ONGs ocidentais e ativistas ucranianos que participaram da recente "Revolução Laranja" que sacudiu o país no final do ano passado. Recentemente, afirmou, diretores de escritórios do IRI em países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) se reuniram em Bratislava, Eslováquia, para discutir modos de apoio à oposição bielo-russa. "Na reunião, eles discutiram a possibilidade de continuar com as revoluções laranja", disse.

Como se sabe, o IRI é uma das organizações que integram a rede da Fundação Nacional para a Democracia (NED), entidade-chave do "Projeto Democracia" estadunidense, o maldisfarçado programa oficial do Governo de Washington para promover a sua versão da "democracia liberal" em todo o planeta.

No depoimento, que foi transmitido pela televisão russa, Patrushev afirmou que "as imperfeições da legislação e a falta de mecanismos eficientes para a supervisão do Estado criam um terreno fértil para a condução de operações de inteligência sob o disfarce de ajuda humanitária e outras atividades". Sem entrar em detalhes, revelou que "brevemente" o Kremlin enviará ao Parlamento um projeto de lei para regulamentar as atividades das ONGs estrangeiras.

Segundo o jornal The Moscow Times (13/05), a retórica incomumente dura do chefe do FSB representa uma crescente preocupação do Governo russo com as atividades das ONGs no país e na vizinhança. Em seu discurso ao Parlamento, no ano passado, o presidente Vladimir Putin já havia acusado as ONGs de promover os interesses de seus patrocinadores, em vez de atuar de acordo com seus princípios declarados.

Falando ao jornal, um porta-voz da embaixada dos EUA negou as acusações contra o Peace Corps, considerando-as "completamente infundadas". A entidade começou a enviar voluntários à Rússia em 1992, mas o programa foi cancelado em 2003, depois que as autoridades russas passaram a recusar a fornecer os vistos de entrada aos voluntários - segundo Patrushev, por estarem desenvolvendo atividades de inteligência.

Procuradas pelo Moscow Times, as outras ONGs citadas por Patrushev não quiseram se manifestar.

A investida contra as ONGs estrangeiras se insere no contexto da estratégia do Governo Putin para recuperar a capacidade de ação do Estado russo, grandemente debilitada no período pós-URSS pela onda de liberalização descontrolada promovida pelos dois governos de Boris Yeltsin e sua famiglia, com o amplo apoio das oligarquias internacionalistas ocidentais.

http://www.msia.org.br/assuntos-asuntos-estrat-gicos/eur-sia/104.html

Comentário: Vemos o caso se repetindo aqui no Brasil. As ONGs são usadas para emconrir outros interesses como espionage, doutrinação dos índios e a exploração da riqueza do Brasil.