Questão do Pirara
A chamada Questão do Pirara constituiu-se, na História das Relações Internacionais do Brasil, num contencioso com a Grã-Bretanha, ao final do século XIX, pela posse da região do Pirara.
Ao enviar para a então Guiana Inglesa em 1835 o explorador alemão Robert Hermann Schomburgk, patrocinado pela Royal Geographical Society sob o pretexto de fazer explorações da riqueza zoobotânica da região, a Inglaterra fomentou uma disputa fronteiriça com o Brasil, em um território a leste de onde hoje está o atual Estado de Roraima, uma região de 33.200 km².
Mais tarde, sob o argumento britânico de o território do Pirara ser ocupado por tribos independentes que reclamavam a proteção inglesa, o Brasil reconheceu provisoriamente a neutralidade da área em litígio e dali retirou seus funcionários e o destacamento militar, com a condição de que as tribos continuassem independentes.
Contudo, em 1842, uma expedição militar liderada por Schomburgk colocou marcos fronteiriços, demarcando a fronteira sem a anuência do governo brasileiro. A questão se prolongou até 1904, quando, por fim, o Brasil aceitou o laudo arbitral do rei Vitor Emanuel III da Itália, que deu ganho de causa à Inglaterra, perdendo o Brasil 19.630 km² de seu território (o rei italiano concedeu de volta ao Brasil os outros 13.570 km²) e, conseqüentemente, os afluentes da bacia do Essequibo. Com a conquista, a Inglaterra obteve acesso às águas do Rio Amazonas pelos rios Ireng e Tacutu.
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